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domingo, 29 de julho de 2012

fugas


Estava com medo
E tentando fugir
Mas não havia pra onde
Por mais que lutasse
Só perdia

A cada momento uma sensação
Um convite ao desespero
O incompreensível medo da morte

Uma válvula que se rompe
Frente a força do destino
Impressões equivocadas
Suposições autodestrutivas

Como tudo isso pode vir de mim
Que sou egoísta
E não me prejudicaria?

Como depois de tudo
a âncora se assenta e
Tudo fica estagnado por um tempo

verdades e mentiras


não poderia saber se estava certo ou errado
apenas pelo seu ponto de vista
não sabia dizer se estava triste ou alegre
olhando para as suas lágrimas
olhando para os seus dentes

confundia medo com desespero
felicidade com dinheiro
férias a ócio

não confiava em ninguém
não tinha sócios
até onde sabia
os outros estavam
errados sempre

tensão!


A tensão aumenta
Até no momento da explosão
Depois da transição, a paz
Há ausência de pressão
Uma mudança de estado
Uma mudança de consciência
Uma mudança de vibração

Da unidade à fragmentação
Do céu ao chão
De braços abertos ou amarrados
Livre ou arrastado, levado

Pelos vórtices, rodopiando
Descendo, subindo, girando
A aparência de sempre estar a rodar
Para o mesmo lado 

será que é disso que preciso?


é preciso superar os limites
para que a mágica aconteça
é preciso superar os desafios e as barreiras
para que a realidade se transforme

é preciso coragem para observar os destroços
e recomeçar

é necessário o medo para se libertar
é necessário o desejo
para se livrar dele

é preciso visão pra não perder os objetivos de vista
e memória para lembrar das trombadas

é preciso o mergulho e o impulso
para romper a superfície
para adentrar outros ambientes
outros mundos, outras realidades

é necessária a abstração
para compensar a nossa falta de sensibilidade

são necessários conceitos para
fingirmos dar sentido a vida.

A estranheza é sempre novidade


A minha fé é o meu amuleto
É a minha angústia
É a minha bússola

As minhas verdades me aprisionam
Me pressionam
Me testam ao limite

As sensações variam
De ausentes a super-presentes
As vozes gritam e se calam

O coração bate, bate forte
E a respiração se mistura ao vento

Memórias viram mensagens
De alerta, de medo, de desejo

A felicidade e a tristeza
Se misturam, se dissolvem
A estranheza é sempre novidade

reflexões

quando escrevo paro de pensar/
que teria algo pra fazer/
quando me esqueço de lembrar/
tudo começa acontecer/

quando me esqueço de escutar/
aí começo a perceber/
quando me permito viajar/
retomo a graça de viver/