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domingo, 25 de outubro de 2015

contrapontos

sem força, não há ação.
sem céu, não há chão.
sem estrelas, não há mundo.
e meu coração esquece de bater.

sem mistério, não há vida.
sem desejo, não há jogo.
sem desespero, não há medo.
e o resumo não diz tudo.

sem delírio, não há devaneio.
sem água, não há chuva. 
sem marido, não há viúva.
sem sombra não há frescor

sem entrega, não há amor.
sem desejos,  não existe a luta.
sem trabalho, não há vencedor.
sem suor, não há vida.
e sem vida, não há calor.

domingo, 18 de outubro de 2015

Luz na Escuridão

A vida é o Sol
é o céu, é o mar
a vida é lutar
é ousar, é sentir

abraçar o sofrimento
e levar a luz 
onde faltar o amor
levar a calma 
onde haja a dor

se entregar de corpo e alma
e se faltar sossego
e sobrar saudade
se houver a luz
haverá amor

com consciência não há dor
com paciência tudo se ajeita 

e o torto muda
e o errado endireita

a vida revira
e o corpo se deita
a lágrima seca
e o choro pára

na encruzilhada
mundos paralelos
nas entrelinhas
lições de moral

no meio tempo 
o vento sopra
a água chora
e mundo gira
e a pomba gira
e o gato grita

 a sombra cega
aqueles que procuram 
luz na escuridão




quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Bolas de papel

me pergunto se é sonho ou ilusão
o que eu vejo, o que eu sinto
meus planos viram bolas de papel
sem porquê
tudo se dilui e vira ilusão
um mar de feo 
fecho os olhos pra não ver
mas o que eu sinto me destrói
sinto frio e calor
som e um pouco de fé
por dentro me sinto como um chapéu


sábado, 13 de junho de 2015

Poesia sem medo

quase deixo me levar
me entrego e volto atrás
sinto falta do cheiro da chuva
molhando o quintal, semeando o chão

vejo lobos em pele de ovelha
incêndio em brasa vermelha
o inferno está fora de moda
querendo ostentar, ostentar e aparecer

pelo que tem, pelo que são
são os melhores que se tem notícia 
até onde se sabe 
o veneno adoça a garganta
e o diabo amassa o meu pão

sonho, vida, viagem errada
sim e não, sim e não, sim e não

um minuto de puro silêncio
uma pausa na respiração
de hoje em diante eu serei 
sempre um bom menino

até o presente instante
não passei de um cavalo
e vida que dou importância
me fecha a porta
e água que me acariciou
hoje em dia me afoga

vejo luzes no céu
sonho vivo de cor
céu e mar, 
só meu céu
te amar, no papel
e sorrir, e ver que a vida 
é sempre mais 
amar

poesia sem medo
de tocar corações
liberdade e desejo
em um mesmo chão
e um monte de coisa 
que a gente abraça
o medo e o delírio
que a gente não quer

e num momento tudo desmorona
e eu sou o muro
num instante tudo se evapora 
e eu sou o furo