quase deixo me levar
me entrego e volto atrás
sinto falta do cheiro da chuva
molhando o quintal, semeando o chão
vejo lobos em pele de ovelha
incêndio em brasa vermelha
o inferno está fora de moda
querendo ostentar, ostentar e aparecer
pelo que tem, pelo que são
são os melhores que se tem notícia
até onde se sabe
o veneno adoça a garganta
o veneno adoça a garganta
e o diabo amassa o meu pão
sonho, vida, viagem errada
sim e não, sim e não, sim e não
um minuto de puro silêncio
uma pausa na respiração
de hoje em diante eu serei
sempre um bom menino
até o presente instante
não passei de um cavalo
e vida que dou importância
me fecha a porta
e água que me acariciou
hoje em dia me afoga
vejo luzes no céu
sonho vivo de cor
céu e mar,
só meu céu
só meu céu
te amar, no papel
e sorrir, e ver que a vida
é sempre mais
amar
amar
poesia sem medo
de tocar corações
liberdade e desejo
em um mesmo chão
e um monte de coisa
que a gente abraça
o medo e o delírio
que a gente não quer
e num momento tudo desmorona
e eu sou o muro
num instante tudo se evapora
e eu sou o furo
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