juro que não fiz planos e
nem tentei assumir o controle
juro que apertei o passo
pra fugir da confusão
claro que fiquei confuso
com as contradições
claro que passei aperto
como todos
claro que passei horas a
pensar nos dias
e depois de tudo, de
lamentos, de choro, a ficha caiu
e depois de tudo, me senti
um idiota por perder tanto tempo
mas a vida segue o seu
rumo
e a gente pouco, ou nada,
pode fazer
de emoção em emoção,
seguimos andando em frente
de queda em queda,
aprendemos a levantar
frente a frente com o medo
superamos a ilusão
e devagar, seguimos
adiante
buscando consolo
se não fosse pelos capotes,
se não fosse pelos dilemas
continuaríamos na mesma
a esperar passar o tempo
se não fossem as ilusões,
se não fossem os medos,
estaríamos amarrados ao
tempo
vivendo uma vida de
fantasia
se fosse por mim
já teria ido
ou já teria parado
ou já teria fugido
se fosse simples e
concreto
já teria entendido
se fosse fácil, já teria
feito
e se fosse muito, teria
caído
se não fossem os dias e as
noites
a pensar no tempo
mas em nenhum momento
pensei em fugir de mim
e, de repente, tudo faz
sentido
e, de fato, o equivocado
era eu
sempre a buscar outro
caminho
querendo encontrar outros
destinos
diferentes do meu
sempre a querer
o poder de controlar
aquilo que não se pode
sempre a orar para que as
coisas sejam como sonhei
brincando com o tempo
espalhando sentimentos
sem saber pra onde vão
a cumprir o cronograma
sem razão aparente
fingindo-se de tolo
fazendo-se de crente
confuso, sem saber
se sou espírito ou gente!
Gostei muito!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue profundo esse poema. Tenho grande identificação com o que você escreve, sempre que leio um poema seu fico com a impressão que você traduziu algo que eu pensava mas não sabia como expressar, por isso amo os poetas, que com sutileza e sensibilidade vão traduzindo o que nos vai no coração.
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